O cooperativismo moderno tem suas origens na Inglaterra do século 19, em meio à Revolução Industrial. Já a cultura startup é recente, derivada do que está ocorrendo nas últimas décadas no Vale do Silício. Assim, o título desse artigo faz sentido? Há algo em comum entre esses dois movimentos econômicos e sociais?
Observe alguns princípios a seguir, e tente posicioná-los como pertencentes à cultura startup ou ao cooperativismo: adesão livre e voluntária; gestão democrática; participação econômica proporcional à sua contribuição; autonomia e independência; educação, formação e informação; conexão com outros atores do mercado e compromisso com a comunidade. Se você conhece esses princípios, sabe que são os basilares do cooperativismo, mas se não os conhece e quiser opinar que são conceitos ligados à cultura startup, eu tenderia a concordar com você! Pense que os criadores de startups estão lá por acreditarem no sonho, estruturam suas empresas de forma democrática e participativa, cada um contribui com os recursos que possui, a "galera" das startups busca o auto-desenvolvimento constante, há forte conexão com outras empresas e via de regra desenvolvem suas regiões. Talvez possamos acrescentar que a lógica das startups está também ligada à tecnologia, à experimentação de modelos de negócio e ao conceito de "escalabilidade", onde se pode crescer rapidamente sem a dependência de recursos físicos.
Enfim, se você é ligado ao cooperativismo comece a olhar com mais atenção para o que está acontecendo no mundo das startups, pois talvez poderá encontrar boas oportunidades para a sua cooperativa. Porém, se você é da cultura startup, olhe para um novo e incrível mundo chamado cooperativismo, que é moderno, "cool" e parece crescer ainda mais em momentos de crise. Se esses dois movimentos se conectarem, há aí infinitas possibilidades.
Alexandre Garcia
Doutor em Administração, Palestrante e Consultor em temas ligados à inovação.